Foram anos atípicos em função da pandemia de COVID 19 e das formas esdrúxulas adotadas para combatê-la. Somou-se a tudo isso, a consequente crise econômica mundial e o clima de incerteza que só fez piorar com a guerra da Ucrânia. No momento que redigimos este documento o conflito persiste, sem indicativos de seus possíveis desdobramentos.
Salienta-se que as severas restrições sanitárias impostas pelas autoridades municipais e estaduais, fortalecidas e respaldadas pelo STF, foram consideradas, por muitos constitucionalistas, um ponto fora da curva, uma vez fugirem dos limites legais definidos desde 1988 pela Carta Magna.
Pode-se até mesmo recorrer ao destacado trecho do poema de Bertold Brecht escrito às vésperas da Segunda Guerra Mundial: “Realmente, vivemos tempos sombrios! A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas denota insensibilidade. Aquele que ri ainda não recebeu a terrível notícia que está para chegar. Que tempos são estes, em que é quase um delito falar de coisas inocentes”.
É importante que os que vierem depois de nós saibam que o Mundo e o Brasil passaram por situações adversas. Forças estranhas, mas identificáveis, aproveitaram-se do momento para aqui e acolá disseminarem o ódio, a perfídia, soltarem criminosos e prenderem indivíduos por crime de opinião, censurarem, lacrarem e rotularem de fakenews tudo e todos que ousaram pensar diferente.
Chegou-se ao cúmulo, nesse período, de formarem-se verdadeiros tribunais do santo oficio, e até um tipo de Index Librorum Prohibitorum, como aqueles da Idade Média, até remédios tradicionais para combater piolhos foram catalogados como insidiosos e quem pronunciasse ou escrevesse o nome de tal medicamento corria o risco de ser carimbado como genocida e excluídos ex oficio das redes sociais. Tempos de terror ideológico!
Verdadeiros campos de concentração ideológicos foram erguidos ao longo desses anos sombrios, com o agravante de que era catalogado como fascista, “terraplanista” e genocida, todo aquele que ousasse pensar diferente.
Do outro lado dessa cerca estavam os defensores da “ciência pura” os “butantã’s boys”, como se o conhecimento científico, de uma hora para outra, comportasse discriminações e se transformasse naquilo que nunca foi: monolítico e preconceituoso.
Do alto de suas tribunas, esses neo torquemadas do século XXI, com ou sem toga, mal conseguiam esconder o relógio Piaget, Rolex, Cartier e outro, enquanto apontavam o dedo em riste para aqueles que cometeram o grave crime de pensar diferente.
Felizmente à margem de tal radicalismo ficaram aqueles que compreendiam a Vida como um bem transcendental.
Aqui cabe citar Fernando Pessoa, em o Mar Português, poema publicado no livro Mensagem de 1934 ao dizer que “a vida só vale a pena quando a alma não é pequena”.
Em tempos obtusos, onde verdade e mentira se misturam e se confundem viu-se, por outro lado, vicejar e crescer valores humanos transcendentais como o perdão, a tolerância, o amor, a caridade, o respeito e o servir. A Luz, com seu poder, vencia a escuridão e as pessoas, em diversas ocasiões mostraram-se mais criticas, receptoras e acolhedoras, melhorando interna e externamente seus sentimentos.
Agora, que as eleições se aproximam, é hora de reconduzir as coisas ao seu devido lugar. Sua Excelência o Eleitor certamente mostrará a verdadeira rota do caminho que deseja trilhar…
José Roberto de Souza Dias, PhD, Jornalista,Mestre em História Econômica e Doutor em Ciências Humanas pela USP, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post Publisher & Editor-in-Chief.