Desde os tempos universitários sempre me interessei pelo Estado de Israel e os países do oriente médio. Estudava filosofia na USP na década de 70 onde imperava a ideologia marxista, cujo fundamento histórico seria a luta de classes.
Na época, e ainda hoje, me perguntava como aplicaria este conceito na região, onde a luta religiosa sempre foi uma constante, onde a natureza não foi nada pródiga, em se tratando de uma região desértica, havendo unicamente o petróleo como riqueza. Me perdoe Marx e Engels, mas as classes nunca foram o motor do que vem ocorrendo há séculos.
Fiquei maravilhado pela oportunidade de passar 10 dias, cruzando Israel, procurando entender melhor a região e abrindo horizontes para uma investigação mais profunda.
Desci em Tel Aviv, onde encontrei uma moderníssima cidade, produto do patriotismo de seus habitantes, sua inteligência e busca constante de tecnologias.
O país está cercado por inimigos, mas estes aprenderam a respeitar o poderio de Israel e o tratam hoje com grande cuidado. Consolidaram o seu domínio na guerra dos seis dias, em 1967, ocasião em que seus inimigos dimensionaram erroneamente sua capacidade bélica.
Hoje passear por Tel Aviv é verificar como povos especiais conseguem superar as suas deficiências e criar uma metrópole com o que existe de mais moderno, valorizando sobremodo os seus centros de pesquisa. Mais de 60% dos que receberam o Prêmio Nobel são de origem judaica.
Saindo de lá fui para Tiberíades, no Hotel Jacob. Como cristão e conhecedor da Bíblia, fiquei maravilhado com Cafarnaum, as margens do Rio Jordão, Tagbha, o monte das bem-aventuranças, Migdal e Cesaréia, esta última no mar Mediterrâneo.
Em seguida Caná da Galiléia, o monte Carmel, o vale do Armagedon e Cesaréia de Felipe e Dan. Depois fui para Nazaré, terra em que Jesus cresceu, hoje de maioria árabe. Tudo isso na região norte do país.
O legal é relacionar os acontecimentos relatados no Velho Testamento com os tempos de Jesus e do Império Romano até hoje e verificar uma nova paisagem, com grandes áreas verdes (no deserto), amplamente iluminado a partir de usinas de carvão.
Parti para o Sul, hospedando-me no Hotel Royal Jerusalém. Saí para o Monte das Oliveiras, Jardim do Getsêmani, o templo – hoje uma mesquita, mas cuja segurança é feita pelos israelitas, Galicantu, Monte Sião, Betesda, Via Dolorosa, Muro das Lamentações, Jardim do Túmulo e o impressionante Museu do Holocausto. Fui mais para o Sul na região de Qumram, no Mar Morto, onde foram encontrados os manuscritos de 1947.
Antes de voltar visitei a sede dos “Amigos de Sião” e a “Sociedade Bíblica de Jerusalém”. Conheço todos os continentes, mas aqui nesta região da Ásia existe algo diferente que se sente profundamente e atinge a alma. Em cada local séculos de história e para os cristãos a certeza de que o Redentor andou por toda esta área e que voltará para o Seu Reino Eterno.
Basilio Rosa é jornalista/ Two Flags Post
Ótimo texto que, entre outras coisas, evidencia o patriotismo deste povo e a importância que dá a ciência e tecnologia!
Fiquei com muita vontade de conhecer todos estes lugares por onde o Basílio G. Rosa passou!
Ilustrativo é pedagógico.