O homem está vivendo mais tempo e melhor, este e um fato inconteste. Mas, como isso está acontecendo?
A ignorância, sub produto dos péssimos índices educacionais, reflete-se diretamente na qualidade de vida das pessoas.
Na saúde a ignorância que pode ser considerada como um mal maior que a própria doença, pois impede que esta possa ser prevenida, tratada e erradicada. O desconhecimento de como as doenças são adquiridas e de que forma se propagam torna a vida uma grande aventura.
No passado, pandemias matavam populações inteiras, como em 1347, quando a peste bubônica, propagada por uma bactéria transmitida por pulgas, encontradas em ratos, assolou a Europa. Nos países europeus como a Inglaterra e a Itália a população foi reduzida drasticamente. E em países asiáticos e norte africanos chegou a dizimar entre 40 e 50% da população.
Na época das grandes descobertas inimigos ocultos, como o vírus da varíola, embarcavam junto com os desbravadores do novo mundo e da Austrália e foram responsáveis por dizimar a população nativa.
Inúmeras eram as moléstias trazidas pelos padres jesuítas, exploradores e colonizadores nas novas terras. Em alguns lugares 90% dos nativos forma contaminados e mortos pela gripe, pela tuberculose e pela sífilis.
No início do século vinte a gripe espanhola infectou um terço da população do planeta. Naquela época, pouco ou nada se sabia sobre a interrupção de uma epidemia, atribuía-se a causa do mal, à geração espontânea, a deuses raivosos, ao ar viciado ou, até mesmo a chamada magia negra. Não se cogitava na existência de microrganismos causadores de doenças. Com o microscópio conseguiu-se visualizar bactérias, e parasitas e mais recentemente com o microscópio eletrônico os vírus.
Sobre este tema recomenda-se a leitura de Yuval Noah Harari, em seu livro Homo Deus que traça um perfil daqueles tempos, a posterior evolução da Ciência e do combate as epidemias que no passado destruíram populações inteiras.
No século vinte, enfim, começaram surgir importantes descobertas cientificas, como as que mostravam que os mosquitos eram os transmissores da malária e da febre amarela, sendo que esta ultima assolou o Rio de Janeiro e matou centenas de pessoas.
Nas primeiras décadas do século XX surgem as vacinas contra a difteria, a coqueluche, a tuberculose, o tétano, a poliomielite e o sarampo, reduzindo assim o numero de mortes e sequelas em crianças. Na década de trinta surgem os antibióticos acabando com o drama das mortes lentas e dolorosas causadas pelas infecções e aos poucos foi se vencendo o drama da tuberculose.
Outro grande avanço se dá com o reconhecimento da higiene no combate aos micro-organismos. A esterilização dos materiais e as novas orientações para os procedimentos de médicos e enfermeiros ajudaram a salvar milhares de vidas, como a das mulheres que morriam por complicações no parto, a maioria em função dos baixos padrões de higiene e de saúde. Sobre este tema recomenda-se a leitura da História do Século XX pelas Descobertas da Medicina, de Stefan Cunha Ujvari e T. Adoni.
O câncer, nas suas variadas formas foi elucidado e significativas foram as descobertas, afinal quando se conhece o inimigo é mais fácil vence-lo. Em relação à cardiologia o progresso foi de grande porte, como o tratamento da hipertensão e os transplantes cardíacos. Seguiu-se o transplante de rins, fígado, córnea e alguns outros órgãos e, na maioria das vezes, com grande êxito.
Na década de 80 o vírus Ebola, após matar 11.000 pessoas, foi controlado e a AIDS que tirou a vida de 30 milhões de pessoas passou a ser mapeada pela ciência que identificou o vírus e os mecanismos de disseminação.
O resultado não poderia ser outro: as pessoas passaram a viver mais e melhor.
Os passos são gigantescos, mas muito ainda está por ser feito. Nos países pobres há inúmeras doenças endêmicas que não são prevenidas nem tratadas. Restam negligenciadas, uma vez que aparentemente não interessam aos grandes laboratórios de pesquisa, que são os principais beneficiados comerciais dessas descobertas.
Vírus e bactérias podem ser facilmente combatidos com vacinas e antibióticos, porém parasitas como o protozoário Tripanosoma cruzi, que causa a Doença de Chagas, ou os do gênero Plasmodium, que causam a malária, e outros agentes de moléstias infecciosas, como algumas filarias que atingem e cegam pessoas e que matam milhares de outras, ainda estão por serem investigadas.
O avanço em direção ao conhecimento tem sido grande, mas ainda se faz necessário continuar em frente descortinando o mundo da saúde até chegar ao objetivo que é reduzir a ignorância e chegar à uma população mais saudável em todos os pontos desse querido planeta terra.
Rosa Maria Donini Souza Dias, M.Sc. Two Flags Post, Founder, Sciences, Health, Education & Environment Editor, Journalist – Mtb 0083570/SP/BR, IAL Scientific Researcher