É uma vergonha o que acontece com a Faculdade de Saúde Pública.
A Universidade de São Paulo, respeitada por seus alunos e professores, classificada entre as 100 melhores do mundo e considerada a primeira do País, vem sendo corroída por dentro por grupos minoritários de docentes e administradores que a qualquer custo querem torná-la um bastião de interesses ideológicos subalternos.
Ocupados com a política partidária, parte de seus quadros, deixa de lado a função principal para as quais são pagos, de formar futuros profissionais especialistas em Saúde Pública, capazes de trabalhar na solução dos grandes problemas existentes nesta área, para preparar ativistas políticos. O Brasil tem de forma endêmica e, em determinadas épocas do ano, epidêmicas: Shicungunya, Dengue, Zika, a Hanseníase, Doença de Chagas, Malária, Esquistossomose, filarioses, AIDS e muitas outras moléstias que acometem o povo brasileiro. São Paulo é o maior responsável pela formação de pessoal capaz de gerir esses problemas de Saúde Pública, entretanto parte daqueles que ganham para fazer isso, ocupam laboratórios e salas de aula para fazer política partidária em um ambiente exclusivamente científico e educacional.
A Faculdade de Saúde Pública da USP através do Edital 01/19 abriu processo de seleção de candidatos para curso de Especialização em Saúde Pública (pós-graduação lato sensu), cumprindo dessa forma com um de seus objetivos institucionais.
Observe atentamente o que afirma o edital: “o curso visa a formação de especialistas que desenvolvam competências básicas relacionadas com a teoria fundamental desse campo”. Entre as disciplinas a serem ministradas destaca-se informação em saúde pública, bioestatística, comunicação, direito, entomologia, epidemiologia, ética, gestão pública, vigilância sanitária, além de outros temas técnicos consagrados a formação do sanitarista.
Até aqui tudo absolutamente normal. Entretanto ao se analisar a prova de conhecimentos gerais aplicada aos candidatos verifica-se que não coincidem com os objetivos propostos pelo edital, pois não buscam encontrar candidatos que tenham um perfil para atuarem tecnicamente na saúde pública, mas sim aqueles que se identificam politica e ideologicamente com os formuladores da prova e os dirigentes dessa instituição de ensino que, insiste-se, está voltada para a formação de técnicos e de pesquisadores de saúde.
Examinando as 60 questões propostas na prova de conhecimentos gerais, observa-se que somente três perguntas tem algum interesse direto com Saúde Pública, ou seja, apenas 5%.
Por outro lado, 40% das questões (24) são tendenciosas e tem um forte viés ideológico, servindo mais para selecionar os que pensam igual aos examinadores, do que buscar candidatos que demonstrem potencialidade para trabalhar na área de Saúde Pública.
Agora, observe você mesmo e tire suas próprias conclusões sobre o que se busca com perguntas nos exemplos a seguir
1. O desmascaramento da Lava Jato, na figura do Ministro Sergio Moro decorreu do trabalho jornalístico de…. A alternativa considerada correta pela USP é Glenn Greenwald;
2. Quem é conhecido mundialmente como preso político? A resposta correta contemplada pela USP é Lula.
3. A saída de Dilma Rousseff da presidência da república se deu por meio de… Para a USP a alternativa correta é golpe institucional.
Importante salientar que um dos candidatos mostrou sua prova onde assinalou como alternativa correta que o motivo do impeachment foi desvio orçamentário, ou seja, as pedaladas fiscais. A USP considerou como resposta incorreta, considerando como resposta correta golpe institucional. Isto significa que a maior universidade brasileira coloca sob suspeita o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, pois não levou em conta que a Sessão do Impeachment de 28 de setembro de 2016, dirigida pelo Presidente do STF, Ministro Ricardo Lewandowski.
Há perguntas, também, sobre a revolução dos cravos em Portugal, sobre os coletes amarelos, recentemente, na França, sobre o movimento Zapatista no México, a morte recente de um conhecido sociólogo, a exigência de 40 anos de trabalho da reforma da previdência no governo Bolsonaro, do que ocorreu de importante no dia 11 de setembro, com a resposta certa sendo a morte de Salvador Allende.
Essas questões podem identificar um bom militante politico, mas não um futuro sanitarista que saiba lidar e solucionar os graves problemas de saúde pública que afetam o país.
Acorda Brasil!!!
Com a palavra o Ministério Público e a Justiça de São Paulo.