Artigo publicado no Washington Post, pelosjornalistas Missy Ryan, Josh Dawsey, Dan Lamothe e John Hudson, oferecem um quadro elucidativo das razões que levaram o Presidente Donald Trump à agir preventivamente para impedir uma escalada do terrorismo. A seguir citamos alguns tópicos do que foi publicado.
Os conselheiros seniores de segurança nacional do presidente Trump, no domingo se juntaram à ele em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida no início de sua segunda semana de férias.
Dentro do próprio governo americano se questionava as razões que levaram o Presidente a escolher aquele momento para reagir, depois de tolerar a agressão iraniana no Golfo Pérsico por meses.
Diferentes versões começaram a circular entre as autoridades que ficaram surpresas com a decisão presidencial, que poderia levar à uma guerra com o Irã, adversário antigo da América, no Oriente Médio.
Segundo fontes oficiais, afirmaram os jornalistas, o Irã estava planejando “ataques iminentes direcionados a matar centenas de americano e atingir o pessoal militar e diplomático dos EUA”.
O secretário de Estado Mike Pompeo chegou a afirmar que Soleimani “estava tramando um ataque iminente que atingiria dezenas, senão centenas de vidas americanas na região”.
O conselheiro de segurança nacional Robert C. O’Brien, citado na matéria, disse em teleconferência que o ataque a Soleimani aconteceu depois que o general visitou Damasco recentemente e planejava atingir o pessoal militar e diplomático dos EUA. Chegou a informar que “essa missão tinha como objetivo interromper as açoes terroristas de Soleimani e impedir futuros ataques iranianos contra as forças americanas”. Outras autoridades reforçaram afirmando que o planejamento de Soleimani incluía atentados, como os ocorridos em maio no golfo Pérsico
O general do exército Mark A. Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto em coletiva de imprensa afirmou que “Soleimani foi eliminado depois que autoridades americanas tomaram conhecimento de informações de inteligência que comprovavam a amplitude do que ele estava planejando, concluindo que havia um risco maior se não agissem imediatamente”.
Em seu resort na Flórida, o presidente foi informado de que Soleimani viria a Bagdá; autoridades de alto escalão sentiram que ele estava provocando os Estados Unidos, após os insistentes ataques que o Irã realizava na região, e agora aparecendo na capital iraquiana, o que implicava que ele poderia se mover impunemente.
Autoridades lembraram a Trump que depois que os iranianos minaram navios, derrubaram o drone dos EUA e supostamente atacaram uma instalação de petróleo saudita, ele não respondeu. Uma fonte da Casa Branca informou que “agindo neste momento passaria uma mensagem com o argumento de que , se você nunca responder, eles pensarão que podem se dar bem com qualquer coisa”.
Os Estados Unidos acompanharam os movimentos de Soleimani por vários dias, mantendo Trump informado, e decidiram que a melhor oportunidade para o neutralizar seria próximo do aeroporto de Bagdá, e ele finalmente deu a aprovação final, pouco antes do ataque, direto de seu campo de golfe.