No último domingo dia 23 de Junho, o soldado Vitor de Oliveira Farias foi morto durante o atendimento a uma ocorrência e no dia seguinte deste o mesmo mês o Cabo Marivaldo Camelo da Rocha Júnior foi covardemente assassinado durante seu trabalho.
Cotidianamente nossa força policial trabalha sob um nível de estresse que beira os limites da capacidade humana. Não há sequer o tempo de se recuperar do luto da perda de um colega de trabalho e lá está o guerreiro em pé e a ordem.
E por que relatei estes acontecimentos? Eles foram relatados para poder dar ao leitor uma perspectiva mais justa sobre um fato ocorrido recentemente na Vila Leopoldina em São Paulo/Br. Onde foi noticiado que policiais haviam chutado um homem caído ao chão e imagens cirurgicamente preparadas mostravam o exato momento do fato.
A mídia mostrou uma notícia editada, e que coloca seus interlocutores somente sob a perspectiva que o jornalista quis mostrar. Uma notícia direcionada a vender audiência e não com a intenção de narrar um fato ocorrido, do seu início ao fim.
A integra do vídeo mostra claramente que os policiais são hostilizados pelo catador de papelão e quando se tem a oportunidade de ver o vídeo com a devida atenção, pode se observar que a ação do policial de desferir um chute no homem caído ao chão na verdade trata-se de uma reação a uma mordida que o policial sofre enquanto tenta controlar o catador de papelão.
O mesmo policial que dia após dia trabalha sob forte estresse, tendo sua vida colocada em risco a todo momento, o mesmo policial que trabalha combatendo criminosos que andam armados de forma indiscriminada, o mesmo policial que não pode instintivamente reagir a uma mordida desferida por um cidadão que claramente se encontrava sem condições de diálogo.
A mídia coloca o policial como o vilão da história, mas o policial não foi até o local dos fatos do nada e agrediu o catador de papelão. Ele foi acionado pela sociedade para poder atuar diante de uma situação que exigia sua presença.
A ação do policial poderia ter sido outra?
Sim, poderia e deveria, mas julgar as ações sem levar em consideração o momento em que elas acontecem é de grande irresponsabilidade, assim como não permitir a toda a sociedade o acesso a todo o fato acontecido.O Acesso às imagens que mostram o homem agredindo a si mesmo e sendo contido pelos policiais.
Está mais do que evidente que a notícia foi retratada de forma muito parcial e que ela foi formatada para garantir cliques e encaminhamentos nas redes sociais.
Muitos dizem querer uma polícia de primeiro mundo, mas para isto precisamos antes ter uma sociedade de primeiro mundo, lembrando que em tais países a agressão a um policial tem tolerância Zero.
Sonchim
“Ética é mais que inegociável”