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Antes que Seja Tarde
Versão adaptada e condensada pelo Two Flags Post – A partir do artigo original de Jorge Luiz Bezerra
Eles podem estar mais perto do que imaginamos: no convívio escolar, na vizinhança ou até dentro de casa. São os chamados lobos solitários, indivíduos que, movidos por ódio, frustração ou ideologias radicais, planejam e executam atos de violência extrema sem o apoio de grupos organizados. Agem sozinhos, mas deixam rastros – e é aí que mora a chance de prevenção.
O Brasil já começou a vivenciar episódios que antes pareciam distantes. O ambiente escolar, infelizmente, tornou-se um dos alvos mais vulneráveis. O mais triste é constatar que, na maioria dos casos, havia sinais claros de que algo grave poderia acontecer. Foram discursos de ódio, postagens preocupantes, fascínio repentino por armas, isolamento social… Pequenos alertas que passaram despercebidos ou foram minimizados.
Estudos de órgãos internacionais como FBI, ONU, Europol e Interpol, além de pesquisadores como Steve Hewitt, Bruce Hoffman, Marc Sageman, Randy Borum e J. Reid Meloy, apontam que esse tipo de ataque não nasce do nada. Há sempre um caminho que antecede a tragédia: uma sequência de comportamentos de risco, que, se identificados a tempo, podem ser contidos.
A escola tem papel central nessa vigilância. Diretores, professores, orientadores e colegas de turma são os primeiros a perceber mudanças de atitude. Pais e responsáveis precisam encarar qualquer sinal de alerta com seriedade, sem medo de buscar ajuda. Psicólogos, serviços de proteção à criança e ao adolescente e, quando necessário, a Polícia Civil, devem ser envolvidos. O acompanhamento deve ser técnico, humano e, sobretudo, preventivo.
Mas é preciso agir com responsabilidade. Identificar comportamentos de risco não significa rotular, expor ou constranger. Todo cuidado deve ser tomado para preservar a dignidade da pessoa em questão e de sua família. A meta é proteger vidas, não causar traumas ou estigmas irreparáveis.
O que a experiência internacional mostra é claro: quanto mais cedo os sinais forem reconhecidos, menor o risco de tragédia. Não se trata de criar pânico, mas de adotar uma cultura de atenção, diálogo e ação responsável.
O tempo de prevenir é antes. Sempre antes que seja tarde.