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segunda-feira, junho 16, 2025

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Entre a Guerra e a Paz: Quando a História Clama por Sabedoria

Por Two Flags Post

Há momentos em que o mundo prende a respiração. As sirenes tocam em Tel Aviv, Teerã prepara seus arsenais, líderes se reúnem em gabinetes blindados e as potências observam de longe… ou talvez, nem tão longe assim. Estamos, mais uma vez, diante do abismo. Israel, acuado por uma retórica que prega sua aniquilação, lançou um ataque preventivo. Do outro lado, a resposta foi dura, violenta e, em muitos aspectos, previsível.

Para quem conhece a história do Oriente Médio, essa sequência de ação e reação tem raízes profundas. Israel e a antiga Pérsia – hoje Irã – já caminharam juntos. Durante séculos, judeus viveram em território persa sob relativa proteção. Cidades como Isfahan e Shiraz abrigaram comunidades judaicas florescentes muito antes da criação do Estado de Israel em 1948. A Bíblia registra passagens de proximidade entre esses povos. Ciro, o Grande, rei da Pérsia, é lembrado até hoje pelos judeus como o libertador que permitiu a reconstrução do Templo em Jerusalém. Não por acaso, o nome de Ciro ainda ecoa como símbolo de tolerância e esperança.

Mas os ventos mudaram. A Revolução Islâmica de 1979 no Irã selou um novo ciclo de antagonismos. Desde então, o regime teocrático de Teerã passou a alimentar uma retórica de ódio contra Israel, financiando grupos armados em suas fronteiras e promovendo uma guerra de sombras que, de tempos em tempos, vem à tona com violência.

O ataque recente não é apenas mais um capítulo militar. É o sintoma de um quadro mais amplo, um jogo de xadrez geopolítico onde cada movimento tem o potencial de arrastar o mundo para uma escalada difícil de conter. Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, já sinalizam apoio. Por outro lado, potências como Rússia e China observam com atenção — e com interesses próprios — qualquer desdobramento que possa redesenhar o mapa de alianças globais.

O grande risco é que o conflito ultrapasse as fronteiras dos dois países. Líbano, Síria, Iraque e até o Iêmen já são peças sensíveis nesse tabuleiro. Grupos como Hezbollah e as milícias apoiadas por Teerã não escondem sua disposição de abrir novas frentes. E é exatamente aí que reside o perigo de uma conflagração regional — ou até mundial.

Mas há um outro caminho. Sempre há. A História também nos mostra que, mesmo nas horas mais sombrias, vozes de moderação conseguiram abrir frestas para a diplomacia. Não é utopia lembrar que os Acordos de Camp David (1978) e os Acordos de Oslo (1993) nasceram após ciclos de guerra. Não é ingenuidade acreditar que mesmo adversários jurados podem encontrar, por necessidade ou sabedoria, um espaço para recuar e negociar.

A pergunta que se impõe é: quem terá coragem de baixar as armas primeiro? Quem se levantará entre os líderes mundiais com autoridade moral e capacidade política para mediar o impossível? E, sobretudo, será que o mundo – cansado de guerras, mas frequentemente cego diante dos alertas – aprenderá a agir antes que seja tarde?

Neste exato momento, enquanto você lê estas linhas, mísseis cruzam os céus. Soldados marcham. Famílias se escondem. Crianças choram sem entender por que um mundo adulto insiste em repetir os mesmos erros.

A resposta definitiva talvez não esteja pronta. Mas uma coisa é certa: se a humanidade ainda sonha com a paz, ela precisa começar com algo que anda em falta nas mesas de negociação — coragem para dialogar, humildade para ceder e sabedoria para lembrar que nenhuma vitória militar compensa as cicatrizes de uma guerra sem fim.

Que este artigo sirva, ao menos, como um convite à reflexão. Porque, quando as bombas caem, é sempre a esperança que primeiro se enterra.

José Roberto Souza Dias, PhD
José Roberto Souza Dias, PhDhttp://twoflagspost.com
Co-Fundador, editor e editor-chefe do Two Flags Post Jornalista, Mtb 0083569/SP/BR, Mestre em História Econômica e Doutor em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis - Cesusc /// Founder, editor, and editor-in-chief of the Two Flags Post Journalist, Mtb 0083569/SP/BR, Master's in Economic History, and Doctorate in Humanities from the University of São Paulo, Honoris Causa Doctorate from the Faculty of Social Sciences of Florianópolis - Cesusc.

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